O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou a possibilidade de rever as tarifas comerciais impostas ao Brasil, sinalizando uma abertura para o diálogo entre os dois países. A declaração foi feita durante um voo no Air Force One, enquanto o presidente seguia para a Malásia, onde participa da 47ª cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).
Essa postura representa uma mudança em relação ao aumento de 50% nas tarifas de importação sobre produtos brasileiros, implementado em agosto, que afetou exportadores de aço, alumínio e produtos agrícolas. A sinalização de uma possível revisão reacende as expectativas de reaproximação entre as economias brasileira e estadunidense.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também manifestou interesse em se reunir com Trump. Em declarações na Indonésia, antes de seguir para a Malásia, Lula expressou a esperança de que o encontro ocorra e que diversos temas, incluindo as tarifas comerciais e as relações entre Estados Unidos e Venezuela, possam ser abordados.
Em solo malaio, Lula reforçou a disposição para uma abordagem conciliatória, afirmando que colocará os problemas na mesa para buscar soluções em conjunto, sem exigências prévias.
Trump mencionou uma alta probabilidade de um encontro bilateral com Lula neste domingo, à margem da cúpula. Ele também indicou um possível encontro nas Nações Unidas em breve, sem confirmar o horário.
Caso se concretize, esta será a primeira reunião direta entre Lula e Trump desde o início do segundo mandato do republicano. Os dois presidentes tiveram um breve encontro em Nova York, na Assembleia Geral da ONU, e conversaram por telefone. Anteriormente, representantes de ambos os países se reuniram para discutir questões bilaterais.
A questão central é se essa abertura nos discursos se traduzirá em resultados práticos nas negociações. Uma possível revisão tarifária poderia impulsionar as exportações brasileiras, especialmente nos setores de commodities e manufaturados, fortalecendo a posição do Brasil em mercados estratégicos. Em agosto, primeiro mês após o aumento das tarifas, as exportações brasileiras para os Estados Unidos registraram uma queda expressiva.
Analistas avaliam que tanto Trump quanto Lula podem estar buscando um gesto político de pragmatismo em um contexto global marcado por tensões comerciais e mudanças geopolíticas. A cúpula da Asean pode representar o início de um novo entendimento entre Washington e Brasília, oferecendo oportunidades de reposicionamento econômico para ambos os países.
Fonte: forbes.com.br
