A nova primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, assume o cargo em um momento crítico para a economia do país, com potenciais impactos globais. Admiradora de Margaret Thatcher, Takaichi busca inspiração na transformação econômica promovida pela ex-líder britânica, que revitalizou uma nação inflacionada e economicamente fraca.
Takaichi defende um aumento significativo nos gastos com defesa e laços econômicos e militares mais fortes com os EUA, visando conter a crescente influência da China. No entanto, suas políticas econômicas, em grande parte uma repetição de abordagens anteriores, podem não ser suficientes para reverter a situação econômica do Japão.
O país enfrenta um endividamento público elevado, políticas de taxas de juros zero implementadas pelo Banco do Japão desde 1999, e uma carga tributária considerada alta. Os impostos sobre a folha de pagamento ultrapassam 32%, sem limite de renda, enquanto a alíquota do imposto corporativo pode chegar a quase 35%, dependendo do porte da empresa, e a alíquota máxima para pessoas físicas é de 45%.
Diante de um iene fraco, a primeira-ministra propõe mais um pacote de estímulo ao consumo. No entanto, cortes de impostos significativos, como os implementados por Thatcher, parecem estar fora de questão.
Especialistas defendem que Takaichi adote uma abordagem econômica mais vigorosa, com cortes substanciais nas alíquotas de impostos, revertendo a trajetória de aumento de impostos implementada pelo Ministério das Finanças desde a década de 1990.
A estagnação econômica do Japão, que já dura mais de 30 anos, contrasta com o crescimento observado no pós-Segunda Guerra Mundial, impulsionado por cortes de impostos, controle de gastos governamentais e uma moeda sólida.
O declínio do Japão pode gerar repercussões globais, incluindo uma crise cambial, turbulência nos mercados de títulos e inflação. As consequências geopolíticas seriam favoráveis a países como Rússia, China, Coreia do Norte e Irã. O sucesso de Takaichi é visto como crucial para a estabilidade do cenário global.
Fonte: forbes.com.br
