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D'Angelles Backes

A produção de pequi em Goiás sofreu uma queda de 22,1% em 2024, totalizando aproximadamente 2,9 mil toneladas, segundo dados recentes. Este declínio representa uma inversão em relação a 2023, quando o estado registrou um volume de 3,7 mil toneladas, indicando um período de expansão.

O valor da produção também apresentou uma diminuição significativa, atingindo cerca de R$ 4,5 milhões em 2024. Este montante corresponde a apenas 13,7% do valor total da extração vegetal em Goiás, um contraste acentuado com os 37,1% registrados no ano anterior. A desaceleração da produção levanta sérias preocupações sobre seus impactos nas comunidades extrativistas e agricultores familiares que dependem do fruto como fonte de renda.

Fatores ambientais, como a estiagem prolongada e o aumento de queimadas, têm afetado diretamente o bioma Cerrado e contribuído para a queda na produção. O atraso no regime de chuvas e a perda de áreas de vegetação nativa também prejudicaram a colheita em diversas regiões.

A redução na oferta de pequi pode levar ao aumento dos preços e à consequente diminuição da renda das famílias que dependem da atividade extrativista. Em Goiás, o pequi representa 98,6% de toda a produção extrativista vegetal, sublinhando a importância econômica e simbólica do fruto para o estado. A menor disponibilidade afeta diretamente o comércio local e o abastecimento de feiras e indústrias que utilizam o pequi como matéria-prima.

Embora o pequi demonstre potencial de crescimento, projetos estão em andamento para desenvolver variedades sem espinhos, visando aumentar o aproveitamento da polpa e reduzir perdas no beneficiamento. A Central de Abastecimento de Goiás (Ceasa-GO) permanece sendo o principal ponto de distribuição, mas especialistas destacam a necessidade de investimentos em infraestrutura de armazenamento e transporte, além da capacitação de produtores em práticas sustentáveis.

O recuo na produção de pequi em Goiás exige maior coordenação entre produtores, governo e instituições de pesquisa, para que o fruto continue sendo um ativo cultural e econômico relevante para a região. A situação também evidencia a necessidade de políticas públicas voltadas ao extrativismo sustentável, incentivando a conservação de áreas nativas e oferecendo apoio técnico à agricultura familiar.

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