A procura por ouro intensificou-se em 2025, impulsionada por instabilidades geopolíticas, incertezas monetárias e a expectativa de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos. O metal precioso se destaca como um porto seguro para investidores globais.
Fundos de índice (ETFs) lastreados em ouro experimentaram uma expansão notável. Entre julho e setembro, esses ETFs registraram entradas líquidas de US$ 26 bilhões, o trimestre mais forte da história. Esse fluxo elevou o total de ativos sob gestão para US$ 472 bilhões ao final do terceiro trimestre. A fraqueza do dólar, as dúvidas sobre a política monetária americana e os riscos geopolíticos foram fatores determinantes para esse crescimento.
O interesse crescente pelo ouro também foi notado pela B3, que lançou o Índice Futuro de Ouro B3 (IFGOLD B3), um novo indicador para acompanhar o desempenho do contrato futuro do metal na bolsa brasileira. O objetivo é fornecer ao mercado uma referência para medir o retorno da commodity e ampliar as opções de investimento em ouro.
O índice é composto pelo primeiro vencimento do contrato futuro de ouro e tem sua variação calculada diariamente com base na valorização dos preços. Desde o lançamento do contrato futuro de ouro, em julho, o produto tem demonstrado um aumento consistente na liquidez. Em setembro, a bolsa registrou um recorde de 6.586 contratos negociados em um único dia.
No entanto, o valor da onça-troy recuou para US$ 4.100, após altas que o levaram a ultrapassar os US$ 4.300. A expectativa de um possível acordo comercial entre os Estados Unidos e a China fortaleceu o dólar e fez com que investidores buscassem aplicações de maior risco, diminuindo o interesse no ouro.
Dados apontam que as Américas lideraram o avanço nas alocações, respondendo por US$ 16,1 bilhões das novas entradas. Na Europa, as compras somaram US$ 8,2 bilhões, com destaque para Reino Unido, Alemanha e Suíça. Na Ásia, China, Japão e Índia mantiveram o ritmo, com forte interesse em ouro diante da volatilidade das moedas locais.
O preço do ouro acompanhou o movimento, com o metal registrando 13 novas máximas históricas em setembro. O volume diário de negociação global atingiu uma média de US$ 388 bilhões, um aumento de 34% em relação ao mês anterior. Em menos de cinco anos, o valor da onça mais que dobrou, alcançando US$ 4.178,23.
Fonte: forbes.com.br
