Nesta segunda-feira, a atenção global se volta para a osteoporose, uma condição que debilita a estrutura óssea de milhões de pessoas, frequentemente sem sinais evidentes até que ocorra uma fratura. O Dia Mundial e Nacional da Osteoporose visa aumentar a conscientização sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento desta doença debilitante.
Estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam que, globalmente, uma em cada duas mulheres e um em cada cinco homens acima de 50 anos enfrentarão uma fratura relacionada à osteoporose durante suas vidas. No Brasil, a incidência acompanha essa tendência, com fraturas, particularmente as vertebrais e de quadril, causando significativa incapacidade e elevando as taxas de mortalidade entre idosos.
“A natureza silenciosa da osteoporose é o principal desafio. A deterioração óssea progride sem sintomas perceptíveis, tornando comum a identificação da doença apenas após uma fratura,” alerta o ortopedista Dr. Carlos Menezes, especialista em doenças osteometabólicas.
As fraturas vertebrais, merecem destaque devido à sua alta frequência e, em muitos casos, à falta de diagnóstico. Segundo o neurocirurgião Dr. Osvaldo Gomes, essas fraturas podem ser desencadeadas por esforços mínimos, como levantar objetos leves ou tropeçar. A diminuição da estatura ou o arredondamento das costas podem ser sinais de fraturas vertebrais, que, se não tratadas, podem levar a deformidades progressivas e dolorosas, impactando a postura e a função respiratória. Cada nova fratura vertebral aumenta significativamente o risco de ocorrências futuras, tornando o diagnóstico e tratamento precoces cruciais para interromper esse ciclo.
A prevenção da osteoporose deve começar cedo, durante a infância e adolescência, quando o corpo constrói a massa óssea fundamental para a vida adulta. A reumatologista Dra. Helena Siqueira enfatiza a importância de maximizar o pico de massa óssea até os 25 ou 30 anos, atuando como uma “poupança óssea” para o futuro. Essa reserva depende tanto de fatores genéticos quanto de hábitos de vida.
Recomendações para fortalecer os ossos incluem uma dieta rica em cálcio, exposição solar regular para a produção de vitamina D, exercícios de impacto moderado e evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.
Com o envelhecimento, o equilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea se altera, especialmente nas mulheres após a menopausa, devido à queda nos níveis de estrogênio. Nos homens, a perda é mais gradual, mas fatores como sedentarismo e dieta inadequada também contribuem para o risco.
A detecção precoce da osteoporose é fundamental, realizada através da densitometria óssea, que mede a densidade mineral óssea. Fatores de risco como idade avançada, histórico familiar, baixo peso, deficiência de vitamina D e uso de certos medicamentos também devem ser considerados. O diagnóstico precoce possibilita tratamentos que podem reduzir o risco de fraturas em até 70%.
As fraturas osteoporóticas têm um impacto significativo na qualidade de vida, limitando a mobilidade, a autonomia e o bem-estar emocional dos pacientes. O tratamento envolve medicamentos específicos, mudanças no estilo de vida e suporte fisioterapêutico. Novas técnicas cirúrgicas minimamente invasivas oferecem esperança para pacientes com fraturas vertebrais. A mensagem central do Dia Mundial da Osteoporose deste ano é que “ossos fortes sustentam vidas ativas”, ressaltando a importância da prevenção para um envelhecimento saudável.
