O mercado de moda brasileiro demonstra sinais promissores de recuperação em 2025, revertendo um período de desaceleração e margens financeiras desafiadoras. Dados recentes revelam que, até agosto, o varejo de moda acumulou um aumento de 3,9% no volume de vendas e um expressivo crescimento de 7,1% em receita nominal. Esse desempenho supera o do varejo nacional como um todo, que registrou um crescimento de aproximadamente 1,6% no mesmo período. Apesar desse avanço animador, o cenário econômico ainda apresenta instabilidades, com uma inflação persistente e um poder de compra limitado, fatores que continuam a restringir uma expansão mais robusta do setor.
A produção industrial também apresenta um desempenho moderado. A produção têxtil registrou um aumento de 4,8% em 2024, enquanto o segmento de vestuário avançou 3,9%. Contudo, as estimativas para 2025 apontam para um crescimento mais contido, em torno de 1,4% para o setor têxtil e 1% para o vestuário. Essa desaceleração reflete o impacto do aumento dos custos de produção e da concorrência acirrada com produtos importados de baixo custo.
Observa-se que o consumo de moda no Brasil tem se concentrado em nichos específicos, como o varejo digital, o mercado premium e as marcas que adotam práticas sustentáveis. As grandes redes varejistas estão implementando estratégias multicanais para manter o crescimento, enquanto os pequenos empreendedores enfrentam desafios para adaptar seus negócios à era digital e atender às novas exigências dos consumidores.
A sustentabilidade se consolida como um pilar estratégico do setor. Fabricantes e varejistas estão incorporando matérias-primas de menor impacto ambiental, como algodão certificado e fibras recicladas, e adotando práticas mais éticas em toda a cadeia produtiva. A tecnologia também está ganhando espaço nas confecções, com a modelagem em 3D, softwares de design e tecidos inteligentes transformando o processo produtivo.
Em Goiás, o desempenho do setor reflete a relevância da Região da 44, em Goiânia, como um importante polo de moda nacional. O comércio local atrai um fluxo constante de consumidores de todo o Centro-Oeste, impulsionado por feiras e atacadistas. O aumento da demanda por peças sustentáveis e a adoção de tecnologias digitais incentivam os lojistas goianos a investir em novos modelos de negócio, focando na eficiência e na escala.
Embora o balanço parcial de 2025 seja positivo, a volatilidade do mercado permanece como um sinal de alerta. As expectativas de crescimento dependem do controle da inflação e da recuperação do consumo das famílias. No entanto, o setor de moda continua sendo um dos principais geradores de empregos e impulsionadores da economia criativa brasileira.
