O Brasil enfrenta uma crescente população idosa, com mais de 32,1 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, representando 15,8% da população total. A projeção é que em breve haverá mais idosos do que crianças no mundo, o que impõe desafios sociais e de saúde pública, como garantir qualidade de vida junto ao aumento da expectativa.
Nesse contexto, o exercício físico emerge como pilar fundamental para um envelhecimento saudável. A prática regular de atividades adequadas não só melhora o bem-estar, mas também previne doenças, preserva a autonomia e mantém a mente ativa.
Segundo especialistas, o corpo humano foi feito para o movimento, e o sedentarismo é mais prejudicial que a idade em si, acelerando o declínio funcional, reduzindo a força muscular e afetando o equilíbrio. Exercícios de resistência, como musculação leve e treino funcional, combatem a sarcopenia, condição comum após os 50 anos, que causa perda de massa e força muscular. Um idoso com boa força muscular tem mais autonomia e independência.
Estudos indicam que a prática regular de exercícios pode aumentar em até 30% a força muscular de idosos sedentários em três meses, impactando positivamente postura, equilíbrio e mobilidade. A partir dos 40 anos, perdemos cerca de 1% da massa muscular por ano, mas mesmo quem começa a se exercitar aos 70 pode ter ganhos significativos. A integração entre profissionais de saúde é importante no planejamento dos treinos, considerando histórico de doenças, limitações e objetivos pessoais. Quanto mais forte o corpo, menor a dependência de cuidadores e familiares, fator decisivo para a autoestima e saúde mental.
Com o envelhecimento, a perda de densidade óssea aumenta o risco de fraturas. Exercícios que envolvem impacto leve, como caminhadas, dança ou musculação com cargas moderadas, estimulam a formação óssea. Programas regulares de atividade física podem reduzir o risco de quedas em até 40%.
O exercício regular controla a pressão arterial, o colesterol e a glicemia, prevenindo doenças cardiovasculares e o diabetes tipo 2. Estimula a produção de neurotransmissores e melhora a irrigação cerebral, retardando o avanço de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer, melhorando memória, atenção e humor, além de reduzir sintomas de depressão e ansiedade.
Apesar dos benefícios, muitos idosos ainda resistem, temendo se machucar. É preciso superar a falta de políticas públicas voltadas ao envelhecimento ativo. Apenas 36% dos idosos brasileiros praticam alguma atividade física regular, um número que precisa crescer urgentemente.
Atividades físicas também promovem interação social, resgatando o prazer de estar com outras pessoas e compartilhar histórias. O envelhecimento da população é irreversível, mas suas consequências podem ser positivas com investimento em prevenção e promoção da saúde, garantindo uma velhice plena e ativa.
