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D'Angelles Backes

Goiás está passando por uma notável transformação demográfica, impulsionada pelo envelhecimento de sua população. Dados do Censo 2022 revelam que o estado abriga atualmente 964.417 pessoas com 60 anos ou mais, representando 13,7% de seus habitantes.

Embora esse percentual seja ligeiramente inferior à média nacional de 15,8%, o crescimento é expressivo quando comparado com o passado. Em 1970, os idosos representavam apenas 3,5% da população goiana. Em pouco mais de meio século, essa proporção quase quadruplicou, refletindo o aumento da expectativa de vida, a diminuição das taxas de natalidade e as melhorias nas condições de saúde e qualidade de vida.

Essa tendência acompanha um movimento global conhecido como transição demográfica, caracterizado pela queda nas taxas de fecundidade e pelos avanços da medicina, alterando a estrutura etária da população. O Brasil, antes um país predominantemente jovem, está caminhando para um perfil mais envelhecido, e Goiás segue essa mesma direção.

De acordo com uma especialista em geriatria, o cenário atual é um resultado direto do progresso científico e das mudanças sociais ocorridas nas últimas décadas. O estado tem se destacado por proporcionar melhores condições de vida, ampliando o acesso à saúde e ao saneamento básico, fatores cruciais para o aumento da longevidade.

O mês de Outubro tem se tornado um período importante para valorizar a pessoa idosa, com campanhas que estimulam a autonomia, o respeito e o combate à violência e à discriminação, além de promover hábitos saudáveis e a convivência social. Diversas instituições em Goiás promovem ações, feiras de saúde, palestras e eventos culturais para promover o envelhecimento com dignidade.

A distribuição da população idosa em Goiás não é uniforme. A maioria vive em áreas urbanas (93,2%), superando a média nacional de 87,4%. Nas zonas rurais, a situação se inverte, com os homens representando a maioria (58,1%) dos idosos. Cidades menores do interior lideram o ranking de envelhecimento, enquanto municípios próximos ao Distrito Federal apresentam um perfil mais jovem devido à forte migração e ao crescimento populacional recente. Nos grandes centros, como Goiânia (15,1%), Anápolis (14,2%) e Aparecida de Goiânia (10,5%), os números também são significativos.

O aumento da população idosa traz novas demandas sociais e econômicas. O sistema de saúde precisa se adaptar, expandindo o atendimento especializado e os programas de prevenção. É necessário investir em infraestrutura acessível, transporte público inclusivo e políticas de incentivo à autonomia. Além disso, o envelhecimento exige novas formas de convivência e solidariedade social, reforçando a importância da família, da comunidade e do poder público na promoção de um envelhecimento saudável e digno.

Outro dado relevante aponta que, entre as pessoas com deficiência em Goiás, mais de 40% têm 60 anos ou mais, o que representa 201.803 pessoas da terceira idade convivendo com algum tipo de limitação, demandando cuidados contínuos e atenção integral. O desafio é garantir que o envelhecimento não seja acompanhado de exclusão.

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