O mercado de furgões no Brasil demonstra um vigor surpreendente, contrastando com a estagnação observada em outros segmentos automotivos. Nos nove primeiros meses de 2025, o país registrou a expressiva marca de 35,5 mil unidades emplacadas, representando um aumento de 36% em comparação com as 26 mil do mesmo período do ano anterior. Para se ter uma ideia, o mercado de picapes, por exemplo, cresceu apenas 1% no mesmo período.
Entre os modelos mapeados, o Renault Master lidera o ranking com um crescimento de 49,5%, atingindo quase 11,7 mil unidades vendidas. O Fiat Ducato, por sua vez, conquistou a vice-liderança, mais que dobrando suas vendas e alcançando 2.059 unidades. Outros modelos também apresentaram crescimento, como o VWCO Express e o Iveco Daily. Em contrapartida, o Fiat Scudo e o Ford Transit registraram quedas em suas vendas. O Hyundai HR, um novo participante no mercado, já figura em terceiro lugar com 2.730 emplacamentos.
Segundo análises do setor, o aquecimento do agronegócio tem impulsionado a demanda por veículos de carga, incluindo os furgões. A necessidade de logística para escoamento de alimentos e insumos tem superado o ritmo do mercado de automóveis de passeio. Adicionalmente, a expansão do e-commerce e do delivery urbano tem demandado frotas mais ágeis e eficientes para o transporte de cargas leves e médias.
No cenário geral dos veículos comerciais leves, os furgões se destacam como o segmento de maior expansão. Nos primeiros cinco meses de 2025, foram vendidas 28,6 mil unidades, um aumento de 54,4% em relação ao ano anterior. Em comparação, o mercado total de comerciais leves cresceu cerca de 6%, enquanto os automóveis de passeio tiveram um crescimento mais modesto, de apenas 5%.
Apesar do crescimento, o setor de furgões enfrenta desafios como a dependência do agronegócio e do setor logístico, o que pode gerar concentração de demanda em algumas regiões. A elevação das taxas de juros e o encarecimento do crédito corporativo também podem limitar a aquisição de novas frotas, especialmente por empresas menores. Para os fabricantes, o desafio é ampliar a capacidade produtiva e garantir uma rede de pós-venda eficiente.
