Após prometer controle de gastos e uma economia mensal de R$ 4 milhões com a reestruturação da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), o prefeito Sandro Mabel (União Brasil) autorizou um novo aditivo contratual que eleva os custos da companhia para R$ 595 milhões anuais. O contrato com a prefeitura, prorrogado até outubro de 2026, prevê agora o pagamento de R$ 49,6 milhões mensais, um aumento de aproximadamente R$ 2 milhões em relação ao valor anterior.
A prorrogação do contrato foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Município (DOM) na última sexta-feira, apenas dois dias antes do vencimento do contrato anterior. O documento indica que a renovação foi aprovada em caráter excepcional pelo Comitê de Controle de Gastos da prefeitura, órgão criado para avaliar as despesas municipais.
O novo termo contratual restabelece a cobrança da Comurg pela operação e administração do aterro sanitário, atividades que haviam sido retiradas do contrato em setembro de 2024. A gestão do aterro, que havia sido prometida à Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), não foi transferida e agora retorna ao contrato, com custos de R$ 1,8 milhão e R$ 161 mil por mês, respectivamente, os mesmos valores praticados antes da exclusão.
Vale lembrar que a Polícia Civil de Goiás (PC-GO) indiciou o prefeito Sandro Mabel, o secretário municipal de Infraestrutura Urbana, Francisco Elísio, o ex-prefeito Rogério Cruz e ex-titulares da Seinfra pelo funcionamento do Aterro Sanitário da Capital sem a devida licença ambiental. A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema) iniciou a investigação após relatos e vídeos que mostravam vazamento de chorume no Córrego Caveirinha, no início de 2024. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) também notificou a Prefeitura de Goiânia, aplicando multa diária de R$ 5 mil pela operação do lixão sem licença.
Em nota, a Comurg justificou o aditivo como uma renovação de prazo e saldo do contrato nº 95/2023, alegando a “impossibilidade temporal que o trâmite de um novo contrato exige”. A empresa afirma que a prorrogação garante a continuidade dos serviços essenciais até a conclusão de um novo processo contratual.
O aumento nos custos da Comurg contrasta com declarações anteriores de Mabel, que em 2024 afirmou que a prefeitura precisava de um valor significativamente menor para manter a cidade limpa.
Além disso, a Comurg enfrenta críticas devido à homologação de um pregão eletrônico de R$ 151 mil para a compra de rojões e foguetes destinados a espantar aves no aterro sanitário, o que gerou polêmica devido a uma lei estadual que proíbe o uso de artefatos pirotécnicos de alto impacto.
