O crescimento das exportações chinesas apresentou uma aceleração significativa em setembro, contrariando expectativas. No entanto, o anúncio de novas ameaças comerciais entre Pequim e Washington reacendeu preocupações sobre o impacto no mercado de trabalho e um possível aumento da deflação, em uma economia fortemente dependente da venda de seus produtos manufaturados no exterior.
A segunda maior economia do mundo tem buscado diversificar seus mercados de exportação ao longo deste ano, como estratégia para mitigar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Essa manobra tem ajudado a manter o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dentro da meta estabelecida de aproximadamente 5% para o ano corrente.
Apesar desse cenário, a estratégia de diversificação poderá ser testada caso o governo dos EUA avance com a ameaça de impor tarifas de três dígitos sobre produtos chineses. A medida seria uma retaliação à decisão de Pequim de implementar controles de exportação de terras raras.
Dados alfandegários revelaram que as exportações da China registraram um aumento de 8,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior, superando a previsão de alta de 6% apontada em pesquisas. O crescimento observado é o mais rápido desde março. Em agosto, o aumento havia sido de 4,4%.
O aumento das exportações, embora represente uma notícia positiva para a economia chinesa, esconde a preocupação com a ameaça de aumento de tarifas. Analistas apontam que tal medida poderia gerar um choque deflacionário na China, colocando em risco pequenos exportadores e empregos.
A China, por sua vez, tem adotado medidas relacionadas à exportação de terras raras e ímãs, setores nos quais detém uma posição de quase monopólio, o que lhe confere uma vantagem considerável nas negociações comerciais. Contudo, essa estratégia também pode impactar negativamente as cadeias globais de suprimentos, afetando diversos setores, desde a indústria automobilística até a de energia verde e a aeroespacial.
As exportações para os Estados Unidos apresentaram uma queda de 27% em relação ao ano anterior. Em contrapartida, as remessas destinadas à União Europeia, ao Sudeste Asiático e à África registraram aumentos de 14%, 15,6% e 56,4%, respectivamente.
Já as importações da China apresentaram um crescimento de 7,4% em setembro, o ritmo mais rápido desde abril de 2024. O superávit comercial da China registrou uma queda, passando de US$ 102,33 bilhões para US$ 90,45 bilhões.
Fonte: forbes.com.br
