A Polícia Civil descartou a hipótese de violência sexual na morte da norte-americana Nanci Ellen Wendel, de 71 anos, ocorrida em Goiânia. A delegada Ana Elisa Gomes, responsável pela Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher (DEAEM), informou que a idosa, que estava na capital goiana para tratamento odontológico, não foi vítima de agressão física ou sexual, segundo relatos da própria Nanci à equipe da delegacia.

A investigação revelou que Nanci Wendel sofria de um grave problema intestinal, prolapso retal, e tinha histórico de uso de opioides e consumo excessivo de álcool, conforme confirmado por familiares. Essa condição, de acordo com a polícia, agravava seu estado de saúde. “Isso fazia com que ela não tivesse controle da evacuação, acontecendo em qualquer lugar do quarto”, explicou a delegada.

Nanci faleceu no Cais Vila Nova após sofrer três paradas cardiorrespiratórias. A suspeita inicial de abuso sexual surgiu após seu primeiro atendimento médico, em 15 de novembro, devido a lesões observadas na região retal. No entanto, a polícia esclareceu que essas lesões eram decorrentes do prolapso retal preexistente.

Funcionários dos hotéis onde Nanci se hospedou relataram que ela consumia grandes quantidades de uísque diariamente e utilizava medicamentos fortes trazidos dos Estados Unidos. Uma camareira, ao perceber que a idosa passava mal, acionou o socorro.

Outras marcas no corpo da idosa também levantaram suspeitas, mas a investigação concluiu que foram causadas por uma queda no banheiro de um dos hotéis. “Em razão do consumo de álcool e opioides, ela perdia o equilíbrio e sofreu uma queda mais grave”, detalhou a delegada.

A polícia apurou que Nanci buscou tratamento odontológico em Goiânia devido ao custo mais acessível em comparação com os Estados Unidos, mas já chegou à cidade em estado debilitado. “Ela consumiu muita bebida alcoólica e comeu muito pouco. Acho que já vinha trazendo uma condição física muito frágil”, declarou a delegada.

O inquérito policial está em fase final e deve ser encaminhado ao Judiciário com a sugestão de arquivamento, considerando a não ocorrência de crime. A delegada ressaltou a situação de vulnerabilidade da norte-americana, que estava sozinha em um país estrangeiro e dependia do auxílio de desconhecidos.

O corpo de Nanci está no IML, aguardando os trâmites para ser trasladado de volta aos Estados Unidos. A Embaixada foi notificada e o irmão da vítima já está em contato para providenciar o translado.