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D'Angelles Backes

Ana Paula Branco Alves
Ana Paula Branco Alves

As stablecoins ascenderam de meros participantes no mercado de criptomoedas a protagonistas influentes. No Brasil, dados da Chainalysis revelam que aproximadamente 90% das moedas digitais em circulação são stablecoins, consolidando o país como um dos maiores polos de ativos criptoativos globalmente.

Essa proeminência deriva de sua versatilidade. As stablecoins oferecem uma combinação de segurança e agilidade, tornando-as ideais para a preservação de valor em moedas fortes, recebimento de pagamentos internacionais, envio de remessas e acesso a serviços financeiros em áreas com limitada presença bancária.

Um estudo do Standard Chartered prevê que essa tendência se manterá. A instituição financeira estima que stablecoins e tecnologias correlatas podem desviar até US$ 1 trilhão de depósitos de bancos e economias emergentes nos próximos anos.

O crescimento das stablecoins nas carteiras digitais responde a uma demanda crescente. Em países com instabilidade cambial ou alta inflação, como Argentina e nações africanas, elas auxiliam na manutenção do poder de compra. Sofia Düesberg, General Manager da Conduit Brasil, explica que a desvalorização das moedas locais erode rapidamente o valor dos salários, enquanto as stablecoins proporcionam uma reserva de valor mais estável.

Outro motor desse crescimento é a facilitação de transferências internacionais. Apesar do Pix ter revolucionado as transações domésticas no Brasil, o envio de dinheiro para o exterior ainda enfrenta entraves e custos elevados. As stablecoins simplificam esse processo, servindo como uma ponte entre distintos sistemas de pagamento, potencialmente substituindo métodos tradicionais dispendiosos como o SWIFT.

Um caso notório ocorreu em 2024, quando o boxeador ucraniano Oleksandr Usyk, campeão mundial dos peso-pesados, presenteou seu compatriota, o campeão olímpico Oleksandr Khizhnyak, com US$ 100 mil em stablecoins, uma operação inviável através do sistema bancário tradicional devido às restrições impostas pela guerra.

Stablecoins, ou “moedas estáveis”, diferem das criptomoedas voláteis como o Bitcoin por serem lastreadas em ativos de valor fixo, como moedas fiduciárias (dólar, real) ou ouro. Elas operam em redes blockchain, registrando transações de forma descentralizada. Entre as mais populares estão USDT (Tether) e USDC (USD Coin), ambas lastreadas em dólar. Para manter a paridade, as empresas emissoras mantêm reservas em ativos seguros e de alta liquidez, garantindo a troca imediata dos tokens.

O CIO da Underblock, Paulo Camargo, esclarece que emissoras como Tether e Circle mantêm garantias em títulos do Tesouro americano de curta duração e dinheiro líquido.

No entanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou um relatório alertando sobre os riscos à estabilidade do mercado de stablecoins, incluindo a possibilidade de ameaçar a estabilidade financeira, substituir o crédito tradicional, prejudicar a política monetária e desencadear uma corrida por ativos seguros.

Fonte: forbes.com.br

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