Nathália Secco, empresária goiana de 34 anos, CEO da Orchestra Innovation Center e fundadora da Orchestra Ventures em Rio Verde, Goiás, alcançou um marco inédito para o Brasil. Ela foi a vencedora do prestigiado prêmio Summit Global Women in Agritech (GWIA), realizado na Bélgica, no final de setembro. O evento contou com a presença de figuras importantes, como o príncipe Édouard de Ligne-La Trémoïlle e a princesa Isabella Orsini de Ligne-La Trémoïlle.
O GWIA, realizado desde 2019, é um evento internacional que destaca mulheres líderes no setor de tecnologia agrícola, valorizando a inovação, a sustentabilidade e o networking. A cúpula, que teve origem no Canadá, realizou sua primeira edição europeia neste ano.
Nathália foi convidada para participar de um dos painéis e apresentar a perspectiva brasileira sobre a agritech.
Com formação em Música pela Universidade Federal de Goiás, Nathália Secco expandiu sua atuação para além dos palcos. Em 2019, fundou a Orchestra Innovation Center, a primeira aceleradora do agro em Goiás focada no impulsionamento da inovação tecnológica. Inicialmente, a empresa auxiliava startups internacionais a se desenvolverem na região.
Em 2022, Nathália criou a Orchestra Ventures, investindo em agtechs no Brasil a partir de um fundo de R$ 6 milhões, com recursos próprios e de outras empresas e produtores rurais da região. A empresária também investiu em sua própria formação, tornando-se Venture Capital Executive pela Universidade UC Berkeley e obtendo um MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Anteriormente, liderou projetos na área de inovação no agronegócio na Fertiverde, empresa de seus pais. Seus feitos a renderam indicações como uma das 20 mulheres mais inovadoras em Agtech e destaque na lista Forbes Under 30.
O GWIA distribuiu prêmios e reconhecimentos em dez categorias de liderança em diversas áreas. Nathália concorreu na categoria agtech com outras 22 mulheres, sendo finalista ao lado de uma americana e uma canadense.
Durante sua participação, Nathália defendeu que o produtor brasileiro busca a sustentabilidade, desde que esta seja viável economicamente. Ela destacou a busca por soluções como o uso de biológicos e o cuidado com o solo, contrastando com a falta de incentivos financeiros e o histórico de países desenvolvidos que não se esforçam para recuperar áreas desmatadas.
A atuação da Orchestra na aplicação de tecnologias sustentáveis em grandes áreas é um exemplo de como conciliar economia e sustentabilidade. Os projetos da agtech já impactaram aproximadamente 200.000 hectares de lavouras de soja, milho, cana e algodão na região do sudoeste goiano. A empresa tem fomentado o uso de biotecnologias para a nutrição das plantas, resultando em um aumento de produtividade e redução no custo da aplicação de herbicidas.
Diante da carência de capital de risco no agro brasileiro, a Orchestra Ventures está migrando parte de seus negócios para Orlando, nos EUA, buscando um ecossistema de investimentos mais diversificado. A empresa planeja abrir um fundo misto com foco no mercado imobiliário na Flórida, atraindo capital brasileiro para investir nos EUA e continuando a atuar no venture capital em agrifoodtechs.
Fonte: forbes.com.br
