As ações do Banco Pan registraram um forte aumento, chegando a subir 28% no início do pregão desta terça-feira (14). A valorização ocorreu após a decisão do BTG Pactual de incorporar integralmente o Banco Pan, do qual já detém 76,9% das ações. Próximo das 13h, os papéis do Banco Pan apresentavam uma alta de 26,10%, conforme dados da B3.
A proposta de incorporação envolve uma troca de ações, com a oferta de 0,2128 unit do BTG Pactual por cada ação preferencial do Banco Pan. Essa relação de troca resulta em um preço de R$10,07 por ação do Banco Pan, representando um prêmio superior a 30% sobre o preço de fechamento do dia anterior.
Analistas do Bradesco BBI avaliam que o preço ofertado reflete as expectativas de melhorias significativas na eficiência operacional e no desempenho do Banco Pan. Para eles, a incorporação é um passo natural para o BTG Pactual, permitindo simplificar sua estrutura, adotar as melhores práticas operacionais do grupo e reduzir custos de captação.
Após a conclusão da incorporação, sujeita a aprovações regulatórias, o Banco Pan se tornará uma subsidiária integral indireta do BTG Pactual e deixará de ser listado na bolsa de valores. O negócio também envolve o Banco Sistema, que também faz parte do grupo BTG.
Analistas do UBS BB consideram que a oferta de incorporação não foi uma surpresa para o mercado. Em agosto, o CFO do BTG Pactual, Renato Cohn, declarou que o banco sempre teve interesse em aumentar sua participação no Banco Pan, dependendo do preço. Ele também afirmou que o Banco Pan possui sinergia com o BTG Pactual.
O UBS BB estima que a incorporação não terá um impacto significativo nos índices de capital do BTG Pactual e que o negócio é neutro para o lucro por ação em 2026, mesmo sem considerar sinergias.
O BTG Pactual entrou no Banco Pan em 2011, adquirindo 51% das ações ordinárias detidas pelo Grupo Sílvio Santos, representando 37,6% do capital social. No mesmo ano, firmou um acordo com a Caixapar para compartilhar o controle do Banco Pan. Em 2021, o BTG Pactual comprou a participação da Caixapar, aumentando sua participação para 71,7% do capital social e se tornando o único controlador. Posteriormente, elevou sua participação para os atuais 76,9%.
